A sondagem hoje publicada no «Expresso», que a intitula em grandes paragonas como de “empate técnico entre o PS e a coligação de direita”, permite outra leitura alternativa e bastante mais consistente.
Se fosse hoje a direita conseguia 100 deputados contra os 102 do PS? Eis um cenário, que fará pensar quantos estão fartos deste governo e ainda não se decidiram se vale a pena dar por ora opinião. A acreditarmos na ficha técnica da Eurosondagem foi o que se passou com 22,3% dos inquiridos.
Podemos, pois, considerar que há males que vêm por bem! Quantos irão votar na alternativa a este governo apenas porque não o querem ver repetir-se por mais quatro anos?
Mas, há mais do que isso. Como alertava Jorge Coelho na «Quadratura do Círculo», o novo secretário-geral do PS ainda só está há três meses em funções. Será tempo suficiente para se comprometer com medidas concretas e definitivas, numa altura em que ainda faltam oito meses para as eleições e a Europa está em convulsão por efeito da situação grega? E não será avisado esperar pelo trabalho atualmente em preparação para, mais próximo do início da campanha eleitoral, avançar com propostas claras e convincentes, sobre as quais nem a usura, nem a desinformação da direita terão tempo de desqualificar?
É claro que o discurso sobre a escassa diferença entre o PS de António Costa e o de António José Seguro interessa, - e de que maneira! -, à direita!
Da mesma maneira que tenta convencer os portugueses - e essa é a tónica da entrevista de passos coelho no «Expresso» de amanhã - em como ele em pouco se distinguirá do atual primeiro-ministro.
A batalha da desinformação passará por aí e a direita concentrará enormes esforços e recursos financeiros em fazer com que tal mentira seja repetida milhentas vezes para ver se pega como verdade!
E o pior que poderia acontecer seria ver socialistas a deixarem-se embalar por tal campanha. É por isso lamentável que Alfredo Barroso dê tanta publicidade à sua saída do Partido.
Até admitimos que ele prefira votar e intervir politicamente no Bloco de Esquerda. Mas tornar-se instrumento de propaganda da direita, que o usa como exemplo de um suposto mal-estar interno no Partido Socialista não é fazer o jogo do partido de Catarina Martins, mas o da direita.
Se Alfredo Barroso conta transferir uns votos do PS para o Bloco estará sobejamente enganado. Poderá sim influenciar muitos a optarem pelo voto branco, nulo ou na proposta de Marinho e Pinto.
É caso para questionar o referido fundador do Partido se o quer ver fragilizado num governo minoritário, e sujeito ao boicote da direita, ou se, mesmo discordando, não seria mais atinado se contribuísse para a sua maioria absoluta.?
Como propunha Jorge Coelho no programa da Sic Notícias, há que mostrar serenidade e aguardar pela calendarização definida pela Direção do Partido Socialista quanto à divulgação das traves mestras em que assentará a Agenda da Década na governação imediata do próximo governo tão só tome posse…
Por agora algum do primeiro milho continua a ser dos pardais...
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