quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIALISTAS: 3. O socialismo escandinavo

No final do século XIX as ideias socialistas irrompem pela Escandinávia. Mais tardiamente do que nos principais países industrializados, mas com uma dinâmica assente no movimento cooperativo e no sindicalismo. Ainda que na Noruega o comunismo ganhe maior expressão, nos demais países da região a expectativa era a de conseguir as reformas eficientes dentro do sistema político de forma a conseguir uma melhor qualidade de vida para os mais desfavorecidos.
O socialismo foi introduzido na Suécia por volta de 1880 por um discípulo de Lassalle: August Palm, que foi um incansável jornalista e um divulgador ímpar das ideias em que acreditava, percorrendo o país para discursar para as mais variadas plateias. Ele esteve na fundação do partido social-democrata em 1889 que, até 1909, foi um fiel aliado dos radicais na luta pelo sufrágio universal. Três anos antes foi, igualmente, determinante no processo político, que possibilitou a independência da Noruega.
Em 1911 já era o partido político mais representado no Riksdag com o seu programa definido como “humanista”.
Na Dinamarca houve uma primeira tentativa entre 1870 e 1876, através do filho de um emigrante francês: Louis Pio. Mas, fracassado esse esforço, foram os sociais-democratas alemães quem, obrigados por Bismarck a reunirem o seu congresso no estrangeiro, o transferiram para Copenhaga em 1883, contribuindo para a criação do partido homólogo dinamarquês.
Surpreendentemente o novo partido conhecerá uma implantação fulgurante junto das populações rurais graças ao desenvolvimento do movimento cooperativo e do sindicalismo.
Em 1905 os socialistas aliam-se aos radicais e, a partir de 1909,  passam a apoiar o governo de Carl Theodor Zahle.
Na Noruega o movimento começou por ser sindical. Só em 1887 é que surgiu o Partido Norueguês dos Trabalhadores com um programa muito moderado. Também ele se aliou aos radicais para aprovar o sufrágio universal (1898) e as leis sociais. No dealbar da Primeira Guerra Mundial o partido radicalizou-se sob a liderança de Martin Tranmæl.
Mesmo sendo um Estado quase autónomo no seio do Império Russo, o movimento socialista finlandês estava mais próximo do social-democrata sueco Karl Hjalmar Branting  do que de Lenine. O movimento sindical e cooperativo tinha aí uma dinâmica muito própria.
Em 1899 , em Abo, nasceu um Partido Trabalhista, que esteve clandestino até 1905. Depois da Revolução ganhou destaque com a liderança de K.R. Tanner conseguindo oitenta dos duzentos deputados eleitos para o parlamento. 

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