Por norma sou muito eficiente a usar o zapping, quando passos coelho ou portas aparecem a discursar na televisão. Mas, hoje, não só não o fiz, como até colhi grata satisfação em ouvi-los numas supostas jornadas do investimento.
É que, depois de ouvir juncker e lagarde autocriticarem-se pela forma indigna como tinham tratado gregos, portugueses e irlandeses, estava na expetativa de lhes detetar os indisfarçáveis sinais dados pelo seu comportamento gestual. E é forçoso reconhecer que andam por ali almas atormentadas.
Qual glaciar groenlandês, aparentemente sólido, mas já tão corroído pela água em estado líquido no seu interior, a construção austeritária de uma Europa à moda de schäuble vai dando sinais de iminente derrocada .
Não vai havendo semana alguma em que os parceiros da coligação ainda no poder não tenham motivos de angústia. Ora são os indicadores internos ou externos a denunciar-lhes o fracasso da governação, ora é algum dos seus antigos indefetíveis (vítor bento foi só o mais recente!) a passar-se para o campo adversário, ora são as urgências hospitalares a rebentarem pelas costuras depois dos cortes absurdos a que a saúde pública foi sujeito, ora …
São tantos os motivos para que a direita se sinta desconfortável, e tantas as possibilidades para que a lei de Murphy nela se instale!
Imaginemos que os gregos conseguem sair do aperto em que estão, mesmo contra todos os boicotes organizados por governos, agências de rating e instituições financeiras.
Sei que é pedir muito, mas pressente-se em Varoufakis e em Tsipras uma inteligência, que parece ter-se esfumado das cabeças dos dijsselbloems.
Quem se esquecerá da indignidade de ter visto anteontem a maria luís a abanar o rabo de contente aos “elogios” do seu homólogo alemão? É nessas alturas que sentimos vergonha por termos este tipo de gente a representar-nos, mas também melhor compreendemos porque passos e portas estavam tão nervosos a afiançarem-se juras de amor eternas.
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