Miguel Sousa Tavares voltou a publicar um excelente texto a condenar as circunstâncias em que ocorreu e se mantém a detenção de José Sócrates.
De entre os muitos comentadores hoje existentes na imprensa portuguesa, ele tem sido um dos mais veementes denunciadores das iniquidades cometidas pelo ministério público e pelo juiz de instrução. Sem a truculência indignada de Mário Soares, mas com a racionalidade de quem olha para a realidade e não gosta nada de a ver caracterizada pela ausência dos mais elementares direitos reconhecidos pela Democracia.
Os seus argumentos têm sido tão consistentes e coerentes, que não têm despertado a vontade de quem neles é criticado em contestá-lo. Porque sabem bem quão distanciados da razão se encontram e quanto arriscam em se deixarem definitivamente desmascarar nos seus ínvios propósitos.
O que se passa atualmente na Justiça em Portugal é demasiado grave para que se esteja calado. Compreende-se que cavaco silva e o governo permaneçam em silêncio, porque os move a vingança mesquinha perante um adversário político, que tantas vezes os fez sentir medíocres! Mas começa a ser inquietante que outros poderes se mantenham silenciados. A começar pelo Conselho Superior da Magistratura, que assiste a sucessivos atropelos ao comportamento de alguns dos seus pares e não toma a atitude sensata de limitar os danos de um sério risco de descredibilização total do setor em Portugal.
Porque manter um primeiro-ministro preso por suspeitas não demonstradas de um tipo de crimes, que se sabem cometidos por atuais e antigos ministros da coligação sem que incorram ou tivessem incorrido em quaisquer consequências, é demonstrativo de que a Justiça portuguesa está a mostrar-se politicamente parcial e com um tipo de prepotência só conhecida nos tempos do fascismo...
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