Não deixa de ser elucidativa a frequência com que, mesmo a contragosto, haja quem comece a ajuizar a possibilidade de ver o governo atual prosseguir para além desta legislatura. Ainda os quatro anos de mandato parlamentar não chegaram a meio e é ver jornalistas a preencherem o vazio de notícias com elucubrações académicas em torno das diversas hipóteses: irão os parceiros para o governo ou manterão o estatuto atual? Se houver maioria absoluta continuarão a ter acordos com o PS ou passarão para a Oposição?
É mais ou menos isso que São José Almeida assina logo nas primeiras páginas da edição de hoje do «Público», mas há algo em que temos de lhe dar razão: a resiliência do Bloco e do PCP nas sondagens explica-se pelo facto de se ter tornado desnecessário o «voto útil» no PS, que vai sobretudo captando progressivo apoio nos descontentes com Passos Coelho e em muitos antigos abstencionistas, subitamente convencidos das vantagens de contarem com um bom Governo. E é isso, que fundamenta a confiança de o vermos prolongar-se por mais do que os oito anos sugeridos pela jornalista. É que as direitas revelam-se tão míopes e incompetentes, que devem manter lugar cativo na oposição...
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