1. Ao constatarem-se os palpos de aranha em que se veem Donald Trump, Michel Temer ou Aécio Neves sinto justificado o meu inabalável otimismo, mesmo quando os acontecimentos poderiam empurrar-me para uma tendência depressiva, derrotista. Sendo certo que alguns crápulas morreram sem sentir os custos dos seus atos - e lembro-me inevitavelmente de Franco ou de Salazar! - a maioria acaba mesmo por compreender o tipo de julgamento, que lhes reservará a História.
Por isso mesmo confio que hoje são estes, amanhã serão os Erdogans, os Dutertes ou os Orbans a verem desmoronar-se as frágeis fundações em que têm assente o seu aparente poder absoluto.
É a velha regra do «atrás de tempos, tempos vêm!».
2. Outro assunto que tende a dar a justa paga à prosápia de um tiranete local é o caso Selminho. Torna-se cada vez mais óbvia a tentativa da família de Rui Moreira em aumentar o património à custa de terrenos efetivamente pertencentes à Câmara do Porto. A denúncia da irregularidade, mesmo que silenciada durante tempo demais, já não sairá do espaço público até às eleições locais.
Sem sujar as mãos em tal assunto caberá à equipa proposta por Manuel Pizarro contextualizar o desequilíbrio de forças, que foi criado intencionalmente pelo ainda presidente da Câmara, e reverte-lo a favor dos socialistas. É que o bom trabalho, reconhecido por muitos portuenses, quanto ao concretizado nos últimos quatro anos muito deve aos vereadores eleitos pelo Partido em 2013. Trata-se agora de fazer render em votos essa evidência.
3. Não vi, não procurei ver a posteriori, nem verei em nenhumas circunstâncias o filme exibido pelo canal televisivo do pasquim da Cofina. Nunca será à minha conta que essa gentalha embolsará um cêntimo de publicidade por lhe ter fornecido momentânea audiência. Mas, se o relatado na imprensa e nas redes sociais é verdadeiro, estamos perante um escândalo, que exige uma resposta oficial digna de um Estado de Direito. O crime que, em nome de um falacioso direito a informar, esse vómito mediático perpetrou não se compadece apenas com multas impostas por um qualquer tribunal. Nem basta o boicote, que muitos propõem e outros tantos há muito cumprem.
Há decisões que não configuram censura à liberdade de imprensa, porque se cingem a um mero ato de higiene pública.
4. As mais recentes sessões na Comissão Parlamentar, que tem questionado as práticas da Autoridade Tributária, quando Maria Luís Albuquerque e Paulo Núncio nela mandavam, têm sido interessantes quanto à dificuldade das direitas em explicarem as estranhas coincidências formuladas pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores de tal área estatal.
Uma vez mais confirma-se a inação de Joana Marques Vidal em mandar investigar suspeições, quando estão em causa políticos da sua área ideológica. Sobretudo comparando com a rapidez com que sempre se mostrou tão lesta em fazer arguidos na área socialista.
O Ministério Público também há muito anda carecido de uma boa barrela...
Sem comentários:
Enviar um comentário