Sente-se que a direita está muito exaltada, bastando ouvir os deputados da coligação, a maioria dos “comentadores” televisivos, sem esquecer a tropa fandanga dos participantes nos fóruns televisivos e radiofónicos de “opinião pública”. E ouve-se tudo, desde as teorias num sentido (“onde se vai arranjar dinheiro para pagar tanta benesse?), até às de sentido contrário (“afinal eles dão aos mais pobres menos do que ‘nós’ lhes iríamos dar”).
No fundo reina o total desnorte, com uns bem conscientes dos perigos de um governo bem sucedido à esquerda - equivalendo-lhes a uma longa travessia no deserto! - até outros, manifestamente néscios, a confessarem o medo até de terem medo do que desconhecem.
Se se tratasse de um jogo de futebol seria algo do género de onze baratas tontas a correrem o campo em todos os sentidos sem conseguirem ficar com a bola, e, do outro lado, a equipa de António Costa a avançar serenamente para a baliza contrária, para lhes pespegar com uma goleada.
É por isso mesmo que compreendi muito bem as palavras de Isabel Moreira na entrevista ao «Inferno» do Canal Q: a alegria de anteontem até nem justificou grandes sorrisos, nem pulos no ar. A satisfação com o derrube do governo de passos coelho foi interiorizada com a sensação de se tratar apenas de um novo primeiro dia do resto das nossas vidas. E em que, se à esquerda soubermos fazer (quase) tudo bem, estaremos perante uma revolução mais profunda do que as ocorridas com as pretéritas, surgidas de um momento para o outro e logo cerceadas pela eficácia dos contragolpes dos derrotados.
É contra esses que nos deveremos precaver, condenando-os tão prolongadamente quanto possível ao desnorte de que andam a dar tão sobejas provas.
http://videos.sapo.pt/8o1MDeCyWNYdOH1eQh0S
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