A direita anda a repetir a mesma estratégia que lhe garantiu algum sucesso na campanha eleitoral: pegar nos documentos do PS (neste caso os acordos firmados com o BE, o PCP e o PEV) para os minimizar e reduzi-los ao seu conteúdo mais específico.
Com o estudo macroeconómico e o subsequente programa do PS, conseguiram não só iludir o facto de não terem formulado algo de tão rigoroso e profundo, mas também levar para a comunicação social um conjunto de deturpações e manipulações sobre o que lá se dizia. Nesse sentido foram bem sucedidos, porque a estratégia do PS, que fazia de tais documentos a forma de atacar o inexistente programa do PSD/CDS, de que se conhecia tão só o que significara nos últimos quatro anos, virou-se do avesso.
Aquilo que alguns apontaram como um erro estratégico da campanha socialista foi sobretudo a conjugação de interesses políticos e sociais com impacto mediático, muitíssimo bem preparada pelos marketeers da direita e que não existiu forma de contrariar. Se António Costa começou por não lhe dar resposta, quando o fez nunca conseguiu que as televisões, as rádios e os jornais lhe dessem a importância que se justificava.
Mas agora a direita está com menos armas para reverter a seu favor a evolução do que aconteceu politicamente com os acordos entre os partidos de esquerda. Bem pode dizer que são papéis sem conteúdo justificativo da designação de «acordos» ou incitar cavaco silva a exigir mais «condições» - nada disso consegue travar a realidade de 123 deputados de um lado da trincheira e só 107 do outro.
Não há campanha mediática que consiga dar volta a esse facto. Nem ao que se traduz por acordos, que vão muito além do que foi traduzido em palavras coassinadas: os quatro partidos parlamentares não querem que prossiga esta política austericida. E ponto final...
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