No próximo fim-de-semana será notícia a iniciativa de um grupo almoçarista, que se prepara para participar no holocausto dos leitões da Bairrada.
Começaram por ser vinte ou trinta, mas subiram a parada para duzentos, o que bastou para lhes dar alento megalómano tão descontrolado, que já andam a dizer-se representantes de metade do eleitorado do PS.
Ufa! E nós a julgarmos que Portugal já conta com suficientes oftalmologistas e lojas da especialidade para que a ambliopia não se revele tão epidémica na minoria despeitada pela derrota de um ano atrás.
Adivinhávamos em Francisco Assis a miopia de quem vê a realidade pelo filtro dos corredores das instituições de Bruxelas e de Estrasburgo, que vai frequentando (mesmo com bastante absentismo!) e desconhece totalmente o sentimento maioritário dos militantes e simpatizantes socialistas. Mas que dizer dos que aqui vivem e vão sentindo nas ruas e nas redes sociais o desprezo a que são votados?
Recordando a noite em que António José Seguro reconheceu a derrota nas Primárias e se exilou nas Caldas da Rainha, não posso deixar de resgatar da memória a imagem quase lacrimejante de um dos seus medíocres seguidores que, da segunda fila dos escassos apoiantes no Rato, via esfumarem-se as possibilidades de alcançar o cargo de deputado para que tanto apostara enquanto modo de vida.
Decerto ele será um desses autarcas pouco modelares, que terá lugar garantido na degustação do leitão. Mas conseguirá transformar as lágrimas contidas de há um ano no sorriso confiante de uma desforra para o médio prazo?
No dia em que se estreia a última temporada de «Downton Abbey», os excursionistas do próximo fim-de-semana lembram o célebre mordomo, que vai vendo a realidade mudar à sua volta e só ele ainda teima em a não querer deixar entrar no seu exíguo espaço.
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