Não existem palavras suficientemente fortes para exprimir a indignação do que aconteceu a noite passada em Paris. A transferência para o cenário francês dos horrores já conhecidos nas zonas iraquianas e sírias dominadas pelo daesh impressiona, porque geograficamente mais próxima de nós do que quando vimos gente degolada ou sumariamente fuzilada em nome de um qualquer deus. E, como perante carnificinas assim, sentimo-nos chocados por nos sentimos intimamente ameaçados pela possibilidade de virmos a ser igualmente vítimas de algo assim, o facto de imaginarmos portugueses entre os que ficaram tombados na plateia ou nos balcões do Bataclan tenderá a apertar-nos, o nó na garganta perante tais notícias.
O século XX trouxe-nos o estupor perante a força bruta dos que, alegando privativas virtudes, consideraram-se legítimos carrascos dos supostos pecados alheios. Aquilo a que se chamou fascismo, mesmo que travestido de outras designações como as de nazismo, salazarismo, franquismo e outros ismos, vai-se “modernizando” de diversas formas nos nossos dias. Pode assumir forma menos maligna, como sucede hoje na Hungria de Orban ou na Turquia de Erdogan, mas revela-se na sua genuína brutalidade, quando se trata do comportamento do daesh.
Por isso mesmo, justifica-se a atualidade da palavra de ordem: Fascismo Nunca Mais! Porque o que está em causa é a necessidade de impor a Democracia aos que a querem destruir. E essa é uma guerra que, não só nunca acaba, como deverá ser incrementada através de uma maior exigência quotidiana com a sua afirmação na sociedade em que vivemos…
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