sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Água-pé ou jeropiga a mais?

Estamos a viver tempos assaz interessantes! Veja-se o dia seguinte ao são martinho, em que apareceu tanta gente da direita a dizer disparates,  que nos criou sérias dúvidas quanto à possibilidade de terem abusado  na jeropiga ou na água-pé.
A manhã começou animada, com as redes sociais em polvorosa por causa das afirmações parvas proferidas pelo arroja júnior no Porto Canal.  Se o progenitor já se distinguia pela inépcia dos seus argumentos, o rebento parece querer ultrapassá-lo em basbaquice.
Seguiram-se as confederações patronais a rivalizarem entre si quanto ao que de mais desaforado pudessem dizer, ganhando a dos agricultores com o despautério de proporem a realização de tantas eleições antecipadas quantas as necessárias para reconduzir a direita ao poder.
Depois foi passos coelho com a atoleimada proposta de revisão constitucional, que possibilitasse ir ao encontro do pretendido pelos homens da CAP. Mas, “ingenuamente”, perguntava Pedro Marques Lopes com justa pertinência: se andam sempre a gabar-se de terem ganho as eleições, para que querem outras?
A noite ainda teria mais motivos de interesse, quando paulo rangel - hoje sem estatura para levar um par de estalos - virou-se para João Galamba num debate televisivo e disse-lhe para crescer e aparecer.  O ainda deputado europeu do PSD tem-se revelado, semana após semana, um tal erro de casting, que deveria haver quem tivesse a compaixão de o retirar do foco dos holofotes. Porque cada cavadela que dá, é cada minhoca que sai do buraco…
A cereja em cima do bolo foi, porém, a assinatura do acordo da TAP no maior dos recatos, comprovando-se a incomodidade dos protagonistas em avançarem com uma farsa, que sabem ilegítima, ilegal e inconstitucional.
Gostaria de ver a Assembleia da República aprovar comissões de inquérito parlamentar aos negócios com os Estaleiros de Viana e com a TAP, quer pela sinuosidade de que se revestiram, quer pelos timings escolhidos para a sua conclusão.
Um trabalho sério e aprofundado é capaz de se traduzir num acervo de conclusões justificativas de envio ao ministério público. Conquanto ele deixe de se revelar tão parcial, como o tem demonstrado nos últimos anos, em que o seu alvo parece sempre apontado para um dos lados do espectro político.
Já aguardo por novos episódios de uma novela em que a direita revela uma enorme dose de desespero e, placidamente, António Costa vai preparando o momento de lhe ser dada a entrada triunfal em cena. Com cavaco a visitar as cagarras, temos garantidas mais cenas adequadas para uma autêntica ópera bufa.
***
Tardou, mas aí está o governo sionista em pânico com as novas regras da Comissão Europeia quanto à obrigatoriedade da identificação da origem dos produtos provenientes dos colonatos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A menção “colonato” passa a ser obrigatória, mesmo que os produtores não a incluam originalmente. O que facilitará o boicote à atividade económica dos setores mais ultrarreacionários em quem Netanyahu fundamenta o seu poder.
É com decisões deste tipo, que se poderão criar as condições para a implementação do princípio da existência do Estado Palestiniano nos territórios ocupados ilegalmente desde 1967. 

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