Há muito tempo que não dispensava minutos de atenção ao José Gomes Ferreira da SIC (triste sina para o excelente poeta a quem espoliou o nome!) mas hoje fiquei curioso quanto ao que diria sobre o debate entre António Costa e Rui Rio. Durante uma hora e pouco víramos este último atacar o opositor para depois lhe ouvir o contra-ataque e acabar quase sempre por com ele concordar. Algo tão evidente que Marina Costa Lobo identificou a atitude como algo de incompreensível para quem pretendia afirmar-se com argumentário alternativo. A insuspeitíssima Graça Franco corroborou a ideia de uma clara derrota de Rio num debate em que António Costa limitara-se a aparar-lhe os golpes e a logo o pôr à distância sem lhe querer dar o decisivo KO. Por cansaço como aventa um dos meus amigos? - e de facto enquanto Rio fechou-se três dias na sede do PSD a preparar-se para o debate, Costa passou-os em sucessivas ações de pré-campanha com comícios diários! - ou encheu-se de caridade cristã e decidiu adotar a postura do «não quero bater mais no ceguinho»?
David Dinis, noutro comentário acima de qualquer equívoco, reiterou o que as duas parceiras de painel tinham dito e deu Costa como claro vencedor. Chegou então a vez de José Gomes Ferreira e veio a altura de gargalharmos porque, como estava à espera, ele considerou Rio um indiscutível vencedor. Depois, com aquela jactância do economista, que nunca estudou economia, ei-lo a justificar o injustificável, saltando-lhe amiúde a boca para a verdade ao reconhecer quanto Costa estivera bem.
Assassino, Dinis daria uma ferroada forte: se o Ferreira chegara a tão douta conclusão fora porque a expetativa ser tão rasteirinha quanto à capacidade de Rio resistir aos argumentos de Costa, que a aparência de algum equilíbrio entre um e outro, dera-lhe a ilusória sensação.
É claro que o debate nada de substancial terá alterado, mas as direitas andam tão desesperadas com o desastre anunciado, que agarram-se à mínima prancha para que se julguem capazes de flutuar até ao próximo dia 6 de outubro. Hoje, por exemplo, surgiu a sondagem da Pitagórica, que se limita a confirmar as do fim-de-semana. Mas como indicia uma descida do PS e uma subida diminuta do PSD já os títulos de alguns jornais refletem esse pensamento mágico.
Nem que para tal procurem casos de mínima importância sobre escolas onde ainda faltem assistentes ou hospitais onde algum anestesista falte para que proclamem a existência de um caos, que sabem completamente falso. Mas é com essa gente que temos de nos confrontar até ao dia em que depositados os votos em urna, elas se sintam finalmente afundar...
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