A entrevista a António Costa, ontem emitida na RTP, voltou a demonstrar a enormíssima diferença de maturidade e de sageza do primeiro-ministro em relação aos seus mais diretos opositores. Em coerência e consistência, só Jerónimo de Sousa pode equivaler-se, mas vendo-se na triste condição de validar a sua aposta destes quatro anos junto dos eleitores sem compreender que a sua irreversível redução nada tem a ver com aquela opção, mas pela incapacidade em conseguir convencer o eleitorado mais jovem da pertinência das propostas comunistas. O PCP chegou àquela fase em que o prazo de validade aproxima-se do fim e não alcança como poderá adiá-lo por algum tempo mais.
Não se tendo escusado a abordar o caso Tancos, sobre o qual os entrevistadores quase salivavam, António Costa demonstrou quanto lhe importam os princípios há muito por si enunciados, ao contrário de um Rui Rio, que deve ter digerido mal o fracasso da sua arruada em Buarcos. Não só continua a agitar-se como um catavento, desdizendo-se do que dissera até semanas atrás sobre o sistema de Justiça em Portugal, como cometeu a burrice de insultar os magistrados do Ministério Público, julgando elogiá-los, porque considerou-os passíveis de agirem em função de serem ou não aumentados. Como lembrava José Sócrates no «Expresso», o que se passa com alguns procuradores nada tem a ver com as condições remuneratórias de que usufruem, porque sobram coincidências a mais, quando, à beira de eleições, incendiaram as campanhas com o caso Freeport em 2005, as escutas em Belém em 2009, a Operação Marquês em 2014 e a recuperação das armas de Tancos nesta altura. Não saindo António Costa da posição, que se lhe conhece há vários anos, não entende Rio nesses exemplos a tal judicialização da política, que ainda há pouco tanto o indignava?
Quanto a Assunção Cristas pouco mais há a comentar, tendo em conta que nada a livrará de vir a contar com um grupo parlamentar capaz de caber num monovolume, se não for mesmo num táxi. Mas na sua deriva desnorteada até se veio escandalizar por um deputado, que não é arguido, nem sequer foi ouvido pelas autoridades judiciais e policiais sobre o caso Tancos, fazer parte da lista de deputados. Falhando-lhe os argumentos para se fazer interessante, arrisca ultrapassar, dia-a-dia, o seu desnível de disparates.
António Costa, pelo contrário, revela convicção, segurança e determinação para fazer ainda mais e melhor nos quatro anos, que se avizinham. E todos os indicadores vão confirmando o sucesso das suas políticas. No «Público» de hoje o economista Ricardo Cabral, que nada tem a ver com o PS, reconhece a fortíssima possibilidade de existir neste ano de 2019 um excedente entre 0,7 e 0,9% do PIB nas Administrações Públicas.
No entretanto Marcelo vai-se entretendo a condecorar um notório invejoso que, a exemplo de Cristas ou de Rio, não vê a realidade ajustar-se à medida dos seus megalómanos anseios.
Sem comentários:
Enviar um comentário