Uma das quadras mais conhecidas do poeta António Aleixo versa sobre a mentira:
P'ra a mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Transpondo-a para o que é o discurso político da coligação PAF não vemos como é possível ver o rosário de mentiras debitadas por passos coelho ou paulo portas classificadas de seguras e profundas.
Pega-se na história do Novo Banco e já ninguém acredita, que o adiamento da sua venda não tenha quaisquer custos para os contribuintes.
Ouve-se a mentirola de passos coelho sobre os juros recebidos pelo Estado pelo empréstimos de 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução, e pensa-se como pode atirar com tal enormidade sabendo-se desmentido logo a seguir. Não se lembrou que o Estado Português está a pagar juros sobre esse empréstimo para o qual teve de contrair mais dívida ou entrou na lógica do mentiroso para o qual haverá sempre ganhos, mesmo que mínimos, enquanto a fraude não se vir desmascarada?
Mantendo-nos ainda na questão do Novo Banco, quem irá pagar os juros do novo empréstimo a contrair pelo Estado Português para lhe tornar possível o aumento de capital a que se verá obrigado quando, em novembro, o BCE anunciar os resultados aos testes de stress a que já o sujeitou? Cabendo ainda questionarmo-nos, porque só conheceremos tais conclusões, quando já tiverem passado as eleições legislativas?
Outra mentira, que não se aguenta em pé, é a da autodesculpabilização constante de passos coelho a respeito da tremenda vigarice, que afetou os lesados do BES. Alguém no seu perfeito juízo acreditará quando ele tenta convencer os que reclamam o seu dinheiro perdido em como nada teve a ver com o assunto?
Nesse sentido podemo-nos interrogar sobre o que irá no íntimo de carlos costa ao ver-se projetado para o papel de bode expiatório das culpas do governo? Terá tão pouca autoestima ou aceitará os avultado ordenado e mordomias como pagamento do lamentável papel que passos quer que ele cumpra?
E quem poderá acreditar que, perante os 4860 milhões de euros de saldo negativo nas contas públicas em 2015, e já tendo registado 4093 milhões no primeiro semestre, o PSD e o CDS possam ainda manter a previsão de 2,7% ou mesmo de 3%?
Todas estas mentiras não têm qualquer ponta de verdade, que facilite a sua eficácia. E quando passos ou portas as repetem sabem bem que estão a enganar os portugueses. Será que elas se irão aguentar por mais oito dias ou ficarão cada vez mais desmascaradas com a evidência quotidiana da realidade?
Pode-se reconhecer que o PAF fez das fraquezas forças ao juntar uma vistosa multidão em Arcos de Valdevez. Mas, logo a seguir, em Bragança, não conseguia iludir o fracasso da sua campanha. Ao invés, mesmo com pouco dinheiro, António Costa vai continuando a encher grandes salas e pavilhões. E a falar de uma forma mais assertiva sobre submarinos e sobre os amigalhaços de passos no BPN.
A 4 de outubro presenciaremos a derrota mais humilhante que a direita terá conhecido em Democracia. E talvez possamos ver a mentira duradouramente execrada do discurso político.
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