Esta noite não se falará de outra coisa na SIC, já que a RTP tem o futebol por sua conta: a sondagem que dá empate técnico entre o PS e a Coligação Portugal em Fanicos.
Na Rua Buenos Aires e no Largo do Caldas haverá quem acredite em milagres, vendo garantido a continuação do acesso fácil ao pote alcançado há quatro anos.
Mas será mesmo assim? Existirá efetiva semelhança entre o que a sondagem diz e a realidade social a que não somos cegos, nem surdos, nem mudos?
É a própria sondagem que reconhece os 6 pontos de diferença entre Costa e passos relativamente a quem será o próximo primeiro-ministro. Que dá mais de 21 pontos de diferença em popularidade. E, para além dos 21,1% que se dizem indecisos, ainda sobram, segundo a ficha técnica, 17,9% que recusaram responder. Como se pode assegurar a credibilidade deste «empate técnico»?
Posta de lado essa questão da coincidência entre as percentagens e a realidade, sobra outra mais relevante: para que servem estas sondagens, que estão condenadas a falhar tão clamorosamente no dia 4 de outubro?
Os seus promotores quererão manter até ao último momento a pretensa possibilidade de a direita ainda continuar a ser governo. Galvanizando as suas hostes e incutindo um sentimento de derrotismo nas contrárias.
Mas bem pode acontecer que o tiro lhes saia pela culatra: perante o risco de provarem o mesmo veneno por mais quatro anos, porventura serão ainda mais os indecisos, e os que se recusam a responder a estes inquéritos, a comparecerem à verdadeira sondagem das urnas dando a passos & Cª o desprezo que merecem...
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