quinta-feira, 10 de setembro de 2015

E ele disse para os assessores: «Isto não correu nada bem, pois não?»

Um compromisso incontornável obrigou-me a ver o debate de António Costa com passos coelho em diferido. E foi enorme o contentamento ao constatar a forma como o meu candidato a primeiro-ministro encostou o adversário às cordas e nunca de lá o deixou sair à custa de sopapos certeiros muito bem aplicados.
Se não foi o K.O., que chegou a parecer possível, tratou-se claramente de uma clara vitória aos pontos, que João Galamba sintetizou na perfeição com a sua proposta de 15-0.
Bastava ver a postura corporal de passos coelho à saída para comprovar o quão acabrunhado estava. Pelo contrário, António Costa  transparecia confiança e determinação numa declaração final mais do que convincente.
Depois tive a vantagem dessa mesma visão em diferido para constatar o quanto estavam incomodados os comentadores da direita, com um henrique monteiro entediado e um josé gomes ferreira a demonstrar que, ou é burro por não compreender as contas do programa do PS, ou tem uma falta de honestidade intelectual, que equivale à mais rasca pantomineirice ideológica. Para não falar de antónio lobo  xavier, que, malgré lui, teve de confessar o reconhecimento da derrota do entrevistado do seu campo político.
Razão tem Ferreira Fernandes quando, no «Diário de Notícias» de hoje classifica de “coça” o que passos coelho levou: “Primeiro, de si próprio, porque medíocre. Segundo, de si próprio, porque sonso (inventando um adversário que não o que tinha à frente). E, terceiro, de si próprio, porque manifestamente inferior a António Costa.”
Quem aqui me tem lido sabe-me de há muito otimista quanto ao resultado do PS no dia 4 de outubro. Já acreditava numa maioria absoluta antes deste debate, e ele só veio-me reforçar a convicção. Porque, se houve quem considerasse definidos os resultados das legislativas de 2011, quando passos coelho conseguiu aparentar uma vitória no debate com José Sócrates, o desta noite servirá grandemente de explicação para a débacle que aguarda o PAF. Até porque passos coelho não aprendeu nada com paulo rangel: tentar fazer de Sócrates o mais percutido bombo da festa pode ter um efeito de ricochete, que acabará por embater fragorosamente nas fuças de quem a tal se atreveu.
Se os marketeiros políticos contratados para a campanha laranja não conseguirem inventar um passe de mágica, adivinha-se uma campanha pafista a degenerar até ao dia das eleições. Neste ambiente de pré-campanha, passos coelho lembra aquela concorrente checa da prova de marcha de 50 km dos recentes mundiais de atletismo, que andou extremamente desengonçada quilómetros e quilómetros a acompanhar as duas da frente, e depois tombou inexoravelmente num lugar muito secundário chegando à meta completamente estoirada.
Nas sondagens, passos acreditou em algo assim: para o contentarem os assessores garantiram um empate técnico durante algumas semanas, mas ele arrisca-se a, exaurido, ir ficando cada vez mais para trás...
Recomenda-se a passos, que se mantenha nesta figura atrapalhada hoje transparecida nas televisões, e que paulo portas prossiga o disparo de tiros de pólvora seca como foram quantos procurou atingir Catarina Martins. A esquerda, em breve vitoriosa, agradece...

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