A crise dos refugiados oriundos do Médio Oriente, do Afeganistão e da África está a tomar tais proporções, que permitiu desmascarar o criptofascismo já latente nalguns dos países do antigo Bloco Soviético, cuja transição para a “democracia” os fizera resvalar para valores e comportamentos, que se julgavam grupuscularizados e afinal tomam conta de governos como o húngaro ou o eslovaco.
A xenofobia ganhou espaço inquietante dentro da União Europeia, sobretudo porque os estratos mais desfavorecidos das suas populações veem chegar os foragidos das guerras como concorrentes diretos na luta por um emprego cada vez mais raro.
Num artigo pertinente o economista belga Paul de Grauwe lembra que, já há algumas décadas, a chegada das mulheres ao mercado do trabalho suscitara muitas reservas, e até cenários apocalíticos, nos que as diziam culpadas do crescimento exponencial dos índices de desemprego.
Afinal nada disso sucedeu: as mulheres aumentaram as capacidades produtivas dos respetivos países e com elas aumentou significativamente o volume do emprego, bem como os respetivos PIB.
Numa Europa demograficamente em estado de emergência a chegada de tais refugiados constituirá uma oportunidade: o investimento inicial neles aplicado poderá incrementar, a médio prazo, a riqueza das sociedades que os acolham.
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