De vez em quando retomo uma famosa personagem de Bertolt Brecht - o operário letrado - que, em conhecido poema, fazia perguntas sobre o que via à sua volta.
Eis algumas que me sugerem os acontecimentos dos últimos dias:
1. porque será que a coligação PAF faz arruadas quase clandestinamente e só organiza ações de campanha em salas fechadas?
2. porque será que nas ações de propaganda na rua vêem-se militantes de todos os grandes partidos exceto os da coligação?
3. porque será que, de forma mais ou menos habilidosa todas as televisões andam a depreciar, a campanha socialista e a elogiar as “multidões” que participam nas do PAF?
4. porque será que, subscrevendo Pio de Abreu, se constata uma cobertura televisiva das campanhas da CDU e do BE como nunca se tinha visto?
5. porque será que passos já anda a pedir diálogo para depois das eleições e António Costa aposta, decidido, na maioria absoluta?
6. porque será que familiares próximos de nomes sonantes da coligação PAF apoiam o PS?
7. porque será que a própria comissão europeia veio em socorro de passos coelho “emprestando” credibilidade a resultados financeiros mais do que duvidosos?
E, colateralmente, mas se calhar com muita razão de ser:
8. porque será que o ministério público quer impedir os advogados de José Sócrates de consultarem o processo antes que ocorram as eleições?
As prováveis respostas a todas estas perguntas justificam que continue confiante quanto a estar iminente uma grande alegria daqui a uma semana: a de vermos passos e portas a reconhecerem a maior derrota alguma vez tida pela direita desde o 25 de abril.
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