A mitigada esperança de alguns nos eurobonds tem sido contrariada pela teimosia holandesa, alemã, austríaca e finlandesa. E como têm sido eles a prevalecer na defesa dos seus interesses contra a vontade da maioria dos demais membros do Eurogrupo há quem, nos últimos dias, descresse de tal possibilidade.
As conclusões da reunião de hoje, presidida por Mário Centeno, até lhes parece dar razão. E no entanto aumenta o clamor de muitos especialistas, sobretudo nesses mesmos países, a alertarem para a forte probabilidade de todos se afundarem em conjunto se a solução desviar-se dessa proposta. Daí que se justifiquem algumas expetativas animosas, porque a História mostra quantas vezes as dinâmicas sociopolíticas acabam por superar a vontade dos que se julgam com poderes bastantes para em todos mandarem.
Nós próprios vimos isso na Revolução do 25 de Abril: para além de Melo Antunes e do setor depois conhecido como gonçalvista, quem possuía bases ideológicas para a transformar naquilo em que viria a ser? Se olharmos bem para trás sabemos como quase todos os spinolistas nem quereriam pensar na possibilidade de abrirem mão das ex-colónias quando acederam em participar, movidos tão-só pelos seus interesses corporativistas. Daí que se justifique alguma confiança em como os quatro cavaleiros do apocalipse europeu se rendam àquilo que para uma larga maioria de líderes de governos e de bancos centrais, acolitados por muitos economistas, se tornará incontornável...
Sem comentários:
Enviar um comentário