sábado, 4 de abril de 2020

As sirenes do meio-dia


Uma crónica de Pedro Marques Lopes no «Diário de Notícias» de hoje dava conta de um paralelismo em que ainda não tinha pensado: a preocupação com que, diariamente, ligamos a televisão ao meio-dia para sabermos os números da DGS e escutarmos a conferência de imprensa, que se segue, lembra os tempos idos em que, a essa mesma hora, ouvíamos as sirenes das fábricas a indicarem aos operários a sua hora do almoço.
Numa determinada altura deixámos de ter essas sirenes para nos balizarem os ritmos e nem demos pela falta. Agora aguardamos com outra expetativa o dia em que deixemos de ter o estímulo de paragem do que andamos a fazer para atualizarmos a dimensão da crise.
António Costa disse esta semana que todos sabemos que existe uma luz ao fundo do túnel, mas que ainda não se divisa. No entanto a evolução dos dias mais recentes dão-nos alento: a progressão aritmética nunca se aproximou da dimensão exponencial e tende a desacelerar. Não só o número dos novos casos tem progredido decrescentemente abaixo dos dois dígitos como já hoje se quedou nos seis e picos por cento. Os motivos de esperança ganham consistência.

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