segunda-feira, 17 de junho de 2019

Um inevitável sabor a requentado


A evocação do incêndio de Pedrógão Grande constitui no dia de hoje uma espécie de boia de salvação para as redações televisivas, que se veem privadas de assuntos palpitantes, tanto mais que o tempo anda avesso àquelas sempre oportunas reportagens à beira-mar, tão típicas são nesta época do ano com profusos grandes planos de banhistas em biquíni.
Os diretores de informação bem gostariam ter matéria, que indispusesse o governo, mas até o próprio anão de Fafe reconhece andar ela ausente, com a oposição incapaz de se fazer notar pelo que quer que seja. O CDS ainda se atirou à proposta de António Costa para que hajam mais funcionários públicos e lhes sejam aumentados os salários mas, depois do espalhanço a propósito do tempo de carreira dos professores, todos os cuidados são poucos para aferir quais as «más» notícias contra o governo, que se viram contra os seus promotores.
Precavido, e porque o regresso à ribalta está previsto para um dia de São Nunca à tarde, Luís Montenegro foi estudar liderança para França. Não lhe dá para pensar que falte razão a Marcelo, quando este prevê longa travessia no deserto para quem à direita se posiciona. Se até ele, a propósito do Siresp, teve de reconhecer que o governo esteve bem em todas as vertentes da decisão...
Preparemo-nos, pois, para as notícias do dia: não faltarão reportagens sobre os incêndios de há dois anos, todas elas com um acentuado sabor a requentado...

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