sábado, 22 de junho de 2019

Importa agora não estragar o que se conseguiu


Quem teve a sorte de viver os tempos animosos que antecederam a Expo 98 não mais esquecerá quanto eles pareceram eivados dos melhores auspícios. De súbito os portugueses pareciam fadados para futuros ditosos, baseados no Conhecimento, na Cultura e na Ciência, e sob a égide de um governo, que contava entre os seus pares com Mariano Gago, o responsável por criar as condições para que melhores oportunidades se abrissem a quem ingressava por essa altura no ensino ou se abeirava da experiência universitária.
A desdita lusa decorreu do lastro deixado pelos dez anos de Cavaco Silva como primeiro-ministro e, sobretudo, por já nessa altura andar a pôr-se em bicos dos pés esse arrivista sem qualidades, mas muito descaramento, chamado Durão Barroso. Um e outro iriam causar danos irreparáveis na década e meia seguinte, servindo-se para tal dos cargos assumidos em Belém, em São Bento e em Bruxelas. O otimismo que se sentia em 1997, quando a construção civil conhecia um momento fulgurante, porque andava a transformar a decrépita Lisboa Oriental no moderno Parque das Nações, logo se eclipsou e deu lugar a apagada e vil tristeza.
Por estes dias as notícias deram o setor da construção como estando a viver um crescimento comparável ao de então. A economia está a conhecer uma dinâmica admirável, que também explica a redução do número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e da Formação Profissional para o valor mais baixo dos últimos 28 anos.
Volta a justificar-se o otimismo quanto ao futuro. Bastará que os portugueses não repitam os erros de duas décadas atrás repudiando as ilusões ditadas por quem quer replicar a decadência, que Cavaco e Barroso impuseram com o, nunca por demais lembrado, contributo de Passos Coelho.

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