quinta-feira, 20 de junho de 2019

E se os partidos da maioria compreendessem quem é o seu verdadeiro inimigo?


Desemprego no seu nível mais baixo desde há 28 anos, redução para metade do bullying nas escolas ou a integração de mais treze mil precários nos quadros da função pública: três excelentes notícias a reiterarem o inegável sucesso da governação durante estes últimos três anos e meio.
Há, em contraponto, a falta de obstetras e técnicos nas salas de partos dos hospitais de Lisboa e, por isso, o «Público» não perde a oportunidade para fazer do assunto a matéria de capa da edição deste feriado, como se a situação fosse alheia à luta de morte, atualmente em curso entre um Serviço Nacional de Saúde universal tendencialmente gratuito e os poderosos interesses privados do setor, que tudo farão para atrair a si tantos profissionais quantos os disponíveis de forma a chantagearem o governo com a demonstração da sua «imprescindibilidade» como parceiros de uma eventual solução. Marcelo, que deles se assume como implícito porta-voz, está atento a qualquer oportunidade para dar aos maiores grupos privados do setor a satisfação dos seus interesses.
Resulta daqui a incompreensão perante a intransigência, que impede os quatro partidos  da maioria parlamentar em não convergirem no menor denominador comum, agora possível, enquanto se não criam condições para que concretizar o por todos ambicionado. Porque, se dentro do Partido Socialista não faltam exemplos de comprometimento com os interesses privados, poucas dúvidas sobram quanto à vontade da maioria dos militantes: honrar António Arnaut e João Semedo, garantindo a gestão exclusivamente pública do SNS.
Há quem, por agora, se ande a esquecer que, nesta guerra, os inimigos não estão sentados nas bancadas adjacentes, mas nas que se situam no outro lado do hemiciclo. E, sobretudo, ter bem presente que o sucesso da estratégia de desenvolvimento socioeconómico dos anos vindouros exige derrotar quem ganhou a Presidência da República com o objetivo de utilizar o cargo para salvaguardar os interesses daqueles com quem sempre pactuou. Marcelo é o mais perigoso inimigo do Serviço Nacional de Saúde que corresponda aos interesses da grande maioria dos portugueses!

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