sexta-feira, 21 de junho de 2019

As motivações para manter Sócrates como culpado de tudo e mais alguma coisa


A Comissão Parlamentar incumbida de indagar sobre os empréstimos contraídos junto da Caixa Geral de Depósitos - destinados a serem investidos na luta interna dentro do BCP entre Jardim Gonçalves e o seu ex-protegido Paulo Teixeira Pinto -, mais não tem servido que a forma das direitas e dos jornais a ela associados, como é o caso do «Público», prolongarem tanto quanto possível o folhetim Operação Marquês. Muito embora nenhum dos protagonistas dessa luta de galos dentro do referido banco privado fossem suspeitos de qualquer simpatia pelo Partido Socialista, inventa-se-lhes agora um esdrúxulo comprometimento com o antigo primeiro-ministro José Sócrates, quando foi mais do que óbvia a não coincidência dessa guerra com a posterior indigitação de Santos Ferreira e de Armando Vara para porem em ordem uma entidade bancária feita em cacos.
As audições a Vítor Constâncio foram montanhas que pariram ratitos minúsculos, mas suficientemente reveladoras para demonstrarem uma evidência inalcançável para os mais furibundos dos seus inquiridores: a sua incapacidade, ou ostensiva falta de vontade, para compreenderem as circunstâncias em que eram tomadas decisões de gestão antes da crise de 2008 e como passaram a ser encaradas a posteriori à luz de quanto se aprendeu com as más práticas anteriores causadoras do sério abalo do sistema bancário internacional nos últimos dez anos.

Sem comentários:

Enviar um comentário