Marcelo não gostou dos números do INE sobre o excedente orçamental de 0,4% do PIB nos três primeiros meses do ano, mesmo fingindo que sim. Ele bem sabe como tais indicadores funcionam como estímulos no eleitorado para reconduzir os socialistas no comando da governação, reduzindo-o à função de corta-fitas e de selfieman. Por isso veio lesta a alfinetada, que todos os telejornais interpretaram como tal. Que sim, os números eram bons, blá-blá-blá, mas Marcelo avisava o governo sobre patati-patatá...
À noite, na TVI, Centeno deu-lhe o troco. Já a formiguinha tem catarro? Que sabe Marcelo dos mistérios dos números com que os responsáveis pela Economia e pelas Finanças lidam no dia-a-dia? Como se atreve a debitar uns bitaites sobre o que ignora totalmente?
Felizmente que o Ministro é um homem cordato, porque outros, mais emotivos, saberiam bem para onde mandarem o atrevido.
Não foi só Marcelo quem levou para contar. Pior terá ficado o ex-analista do FMI, Olivier Blanchard, a quem, nos últimos dias, os his master’s voice da imprensa nacional deram imerecido palanque para emitir umas larachas sobre a situação portuguesa. Do que dele ouviu veio outro ignaro do assunto, Miguel Sousa Tavares, repescar requentados argumentos julgando-os adequados para enlear Centeno. O instante seguinte lembrou o dos carneiros, que vão à tosquia: o insolente enfiou o dito cujo entre as pernas e lá foi pregar para outra freguesia.
As aparições de Centeno nas televisões saldam-se sempre pelo mesmo resultado: a competência do ministro é tão evidente, que os ambiciosos interlocutores veem-se obrigados a bater em retirada a lamberem as feridas. Só espanta o masoquismo com que vão dando o corpo ao manifesto sabendo o troco com que regressam da peleja.
Lá diz o ditado popular: quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão. Marcelo e Sousa Tavares dão mostras de o esquecer...
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