Daqui a umas décadas , quando os historiadores olharem para o que era a vida política portuguesa deste primeiro quarto de século, depararão com o nome de Santana Lopes e questionar-se-ão sobre quem terá sido tal personagem, já que fazendo grande alarido na imprensa escrita e audiovisual, não vislumbrarão nada de substantivo sobre essa ocupação do espaço mediático. Por comparação equivalerá ao de inúmeros nomes de políticos da I República que, há cem anos, davam-se ares de importantes adornados de jaqueta e cartola, azucrinavam os colegas parlamentares com epítetos pouco dignos e acabaram condenados a justo olvido.
Porque nada de substantivo agita aquelas meninges, a não ser a satisfação do inebriado ego, Santana Lopes está destinado a falhar. Mas traz para as direitas uma enorme vantagem para os próximos meses: para silenciar tanto quanto possível o que dizem socialistas, bloquistas ou comunistas, as televisões passam a contar com a sobriedade de Rio, a desfaçatez de Marques Mendes, a chico-espertice de Montenegro, mas, sobretudo, as peixeiradas de Cristas e a falsa modernice do recauchutador do termo «Aliança».
Perante um bombardeamento constante de atoardas dos seus protegidos, que melhor alibi calha às televisões para pretextarem a falta de meios e de disponibilidade para ouvirem o que têm a dizer quem pelas esquerdas discursa?
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