quinta-feira, 20 de setembro de 2018

As dificuldades de desfranquizar a Espanha


Um fascista é por natureza um crápula. Não há nada que possa suavizar o epíteto. Mas se chega ao poder e consegue impor uma ditadura, que reprima qualquer contestação, ainda se torna mais odioso. Nesta altura temos exemplos elucidativos em gente como Orban ou Erdogan, e noutros que, mesmo não tendo ainda chegado ao poder absoluto - Salvini ou Balsonaro - já exibem todas as características, que justificam o expedito afastamento de prosseguirem a maligna  atividade.
A História dá-nos demonstrações  de quanto podem fazer para prejudicarem os compatriotas. E o que se está a passar no país vizinho com a desfranquização acelerada promovida pelo primeiro-ministro Pedro Sanchez  constitui exemplo eloquente, mesmo que esteja a custar-lhe uma feroz campanha de tentativa de assassinato de carácter nos meios de «comunicação» social. Depois de decidir a exumação do cadáver desse sinistro espaço, que constituiu o monumento fascista à glória dos vencedores, há agora uma corrida contra o tempo, porque o Estado Espanhol pretende pôr em causa a grande parcela do património multimilionário acumulado pelo ditador, através da extorsão e corrupção, durante os  trinta e muitos anos de exercício brutal da governação e os herdeiros tentam-no vender apressadamente para impedirem essa justiça tardia, mas inquestionável.
O que se vai sabendo é o expectável numa criatura tão maldosa: tão só ele e a mulher viam algo que lhes acicatasse a cobiça e logo avançavam com persuasivas pressões para que viessem a incluir-se nas suas posses. Razão para que haja do Estado Espanhol essa intenção de espoliar tais propriedades, que nunca  alguma vez estariam ao alcance de um modesto militar, que de seu pouco mais tinha do que a farda, quando decidiu pôr fim à legítima República de que deveria ter sido fiel defensor.

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