sábado, 15 de setembro de 2018

Será que o primeiro-ministro vai render-se à campanha da Joana?


Nos últimos dias têm sido conhecidos mais alguns detalhes sobre a investigação a Carlos Santos Silva e a José Sócrates que, “curiosamente”, foram ignorados pelo quase sempre “bem informado” «Correio da Manhã»: o empresário foi investigado anos a fio pelos procuradores sem que estes tivessem garantido a prévia autorização de um qualquer juiz para executarem grande parte das ações em causa, que colidiram com os direitos e garantias reconhecidos constitucionalmente a qualquer cidadão português.
Os procuradores violaram a lei sem qualquer escrúpulo e, num Estado onde a decência impere, devem ser sujeitos a investigação porque, a ser verdade o que a advogada de Santos Silva denunciou, o seu lugar só pode ser atrás das grades.
O mesmo se verificou com a escolha do juiz para o processo Marquês: em vez de se cumprir a lei de fazer-se um sorteio nesse sentido, Carlos Alexandre, com a cumplicidade de uma escrivã, avocou a si  o caso, constituindo-se como cúmplice ativo dos procuradores, escusando-se a ser o representante do respeito dos direitos do acusado, o ex-primeiro-ministro por quem alimentou um doentio ódio de estimação.  Razão igualmente fundamentada para o  colocar como suspeito de um desrespeito grosseiro pelas nossas leis fundamentais.
Numa altura em que as direitas querem manter este tenebroso estado de violação constante pelos direitos constitucionais, mediante a recondução de uma das principais responsáveis por tudo quanto tem ocorrido de maligno na Justiça portuguesa, não quero crer que António Costa se renda e aceda a aceitar passivamente que as coisas continuem a estar como estão. Por muito tacticista, que seja, há valores e princípios com que não se pode transigir. E isso só pode ser garantido com eficiente barrela, que deposite no caixote do lixo da História quem nele merece estar...

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