domingo, 16 de setembro de 2018

Obscenas desigualdades


Há números que justificam plenamente a nossa indignação pelas desigualdades vigentes na nossa sociedade e justificam que exijamos do governo a sua correção, senão acelerada, pelo menos sustentada numa discrepância bem menor entre os percentis de rendimentos mais elevados e os mais pobres.

Podemos considerar um exagero que o PCP pretenda que o Salário Mínimo Nacional seja aumentado para 650 euros já no próximo ano, invocando números do INE, demonstrativos em como, a ter havido correção anual aos valores da inflação do valor inicial aprovado depois do 25 de abril, já andaríamos nos 1267,7 euros - mais de acordo com a média europeia do que os miseráveis 580 euros atuais.
Mas já os administradores das grandes empresas não parecem incomodados por auferirem vencimentos obscenamente acima do que idêntica correção lhes facultaria se fosse levada em conta. É o caso da Jerónimo Martins onde o seu presidente recebe mais de 143 mil euros por mês, que equivale ao que uma sua trabalhadora do Pingo Doce conseguiria ao fim de vinte anos de trabalho. E até mesmo em relação ao salário médio no grupo essa diferença continua desregrada, porque equivale a mais de doze anos de trabalho.
Terá sido devido a esta realidade, que António Costa sinalizou, em recente entrevista, que a governação terá de agir. Importa que dê disso provas tão rapidamente quanto possível...

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