Tenho lido por estes dias uns textos muito assustados de quem antecipa uma onda fascista a varrer as democracias - mesmo que só formalmente o sejam - ora na Europa Ocidental, ora no Brasil. As manifestações neonazis à volta de uma estátua de Karl Marx em Chemnitz, as sondagens de Bolsonaro ou as arruaças do pequeno Mussolini italiano criam um pânico injustificado em quem deve olhar objetivamente para as circunstâncias e encontrar as melhores estratégias de as alterar. É que notícias em contrário não faltam: a extrema-direita sueca esteve distante dos 20%, que lhe creditavam as sondagens e, em França, o partido de Marine Le Pen arrisca-se a ter de declarar bancarrota, como resultado da fraude com os dinheiros europeus e com a má gestão financeira nas suas contas.
Que tal gente nem sabe gerir-se a si, quanto mais a um qualquer país, bem o demonstra a História do III Reich que, se vista pelo prisma económico, mais não foi do que uma sucessão de planeamento e execução de pilhagens para conseguir remunerar os fornecedores de matérias-primas de cuja importação dependiam os seus exércitos.
Não fosse a colaboração ativa dos banqueiros suíços a servirem-lhes de elos de ligação com os seus cúmplices internacionais e a guerra nunca teria durado cinco anos. Que outra explicação existe para o facto de, em meados de 1942, a Suíça ser o único país do centro da Europa, que mantinha a sua «independência» face aos exércitos do vizinho alemão? E o que dizer de Salazar que engordou de barras de ouro os cofres do Banco de Portugal ao rececioná-las depois de uma transação intermédia de francos suíços, por conta do volfrâmio com que os fabricantes de armas ao serviço dos nazis asseguravam a construção de blindagens para os seus tanques ou para os motores dos aviões? Que importava a Salazar que quase todo esse ouro proviesse do saque generalizado a que os nazis se entregavam, quando faziam ajoelhar os países, que iam invadindo?
Um exemplo mais atual dessa incompatibilidade dos regimes fascistas com contas públicas minimamente equilibradas é o da Turquia de Erdogan que, por estes dias, passa por apuros significativos devido não só aos ataques de Trump, mas sobretudo ao nepotismo que leva o «sultão» de Ancara a só privilegiar os negócios com os familiares e os amigos mais próximos.
É claro que inquieta essa persistência de gente perigosa acolitada por apoiantes incultos e mesquinhos, senão mesmo psicopatas - vide a reportagem do «Diário de Notícias» sobre milícias búlgaras, que toma os refugiados como alvos das suas caçadas de fim de semana! Acontece, porém, que em contraponto o substituto de Lula está a subir significativamente nas sondagens e poderá chegar ao Palácio do Planalto esmagando eleitoralmente o fascista a soldo da rede Globo. E até surge a novidade de, no Texas, o aparentemente invencível Ted Cruz - um fanático tão perigoso como Trump! - estar em vias de ser derrotado por Robert O’Rourke, um democrata, que tem percorrido todos os condados do Estado em comícios de significativa dimensão replicando Bernie Sanders na ausência de preconceitos quanto aos valores que pretende defender ao virar a relação de forças no Senado a favor do seu partido!
Por muito que os alarmistas clamem em contrário as trombetas do Apocalipse continuam silenciosas!
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