A melhor peça jornalística sobre a tomada de posse do 45º presidente norte-americano veio da lavra de Luís Afonso que pôs o seu barman a comentar o assunto com um cliente, levando este a perguntar-lhe: “Como está a reagir o mundo?”
Resposta do inquirido, e com o qual todos nós nos identificamos: “Espera com impaciência a tomada de posse do 46º presidente!”.
É certo que há quem cante «I Will Survive», ou o próprio Obama considera uma mera vírgula na História dos EUA este quadriénio ameaçador, mas o discurso inaugural de Trump constituiu tal declaração de guerra a todos quantos nele não votaram (e lembre-se que Hillary, apesar de tudo, teve mais três milhões de votos!), que os próximos meses irão ser particularmente animados. E a reação da gigantesca manifestação ontem ocorrida em Washington, muito para além da dimensão esperada pelos organizadores, mostra como surge, desde o primeiro dia, uma oposição forte nas ruas.
Há quem preveja um primeiro ano tranquilo com o aparente cumprimento de algumas das mais emblemáticas medidas anunciadas durante a campanha, mas a autossuficiência de Trump poderá encontrar imediata oposição do próprio Partido Republicano, mormente por parte dos tais políticos por ele zurzidos como integrando a tal elite responsável pelo quase apocalipse vivido pelos operários, mães solteiras e outros estratos de que se arroga provedor.
O que sucederá quando o Senado lhe negar os tais sessenta votos para levar por diante as prometidas reformas? E quando o Congresso lhe atrasar a aprovação de diplomas, que desejaria prontamente implementados?
O clima do planeta conhecerá com ele acrescidas ameaças. Neste altura os cientistas estão particularmente inquietos com a iminente desagregação de um icebergue na Antártida com a dimensão do nosso Algarve. Veremos se o agravamento da situação não gerará furacões violentos nas cidades e vilas da Costa Leste e devastadores tornados nos estados interiores donde vieram parte substancial dos votos, que o elegeram. Perante tais previsíveis catástrofes os serviços federais com os meios minguados para que os mais ricos paguem ainda menos impostos, poderão ter acrescidas dificuldades em reagirem eficientemente. Recordemos que o Katrina expôs à saciedade a incompetência da Administração do Bush filho.
Há, porém, um objetivo do novo presidente com que estamos todos de acordo: acabar com o Daesh. E, de facto, as notícias vindas de Palmira, recentemente retomada pelos terroristas, justificam a urgência de os esmagara: não só regressaram as execuções públicas pelos mais fúteis motivos como dois dos monumentos mais icónicos, que tinham sobrevivido à sua primeira passagem por ali - o Teatro Romano e o Tetrápilo - foram estilhaçados em irrecuperáveis fragmentos.
Da Casa Branca a Palmira podemos considerar ser este o tempo dos Vândalos!
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