No fim da tarde desta segunda-feira o auditório do Caleidoscópio encheu-se com alguns dos maiores entusiastas do projeto SNAP, que foi a votos na eleição presidencial de 24 de janeiro de 2016. Foi o encontro de amigos forjados na luta pela afirmação de uma candidatura que acreditavam ser a melhor para o Portugal do tempo novo anunciado pelo então recém-empossado governo.
Apesar de não se alcançar a vitória, estou certo de todos comungarem da ideia de terem saído das muitas semanas de campanha mais enriquecidos enquanto pessoas e com novos amigos para a vida, até então desconhecidos.
Um dos objetivos deste reencontro era o de anunciar as 17 instituições de apoio social, cultural e ambiental contempladas com as verbas remanescentes da campanha eleitoral, que lhes possam mitigar algumas das dificuldades com que se debatem diariamente para concretizarem a sua admirável atividade.
O outro era ouvir do Prof. Sampaio da Nóvoa uma declaração em forma de balanço sobre a evolução do país desde então. Começando por apelar à participação de todos nas próximas eleições autárquicas como renovação do compromisso com a democracia, elogiou o papel do atual Presidente da República na revitalização da sua função, “devolvendo-lhe a sua importância, sobretudo na relação com os cidadãos”, ao afirmar-se através do “sentido de independência, de imparcialidade, de equidistância. “
Entrou depois na parte do discurso, que mais apreciei por enfatizar uma expressão feliz: «É preciso dar futuro ao presente».
Segundo as suas palavras “nos últimos quinze meses, recuperámos muito do que havíamos perdido em quatro anos. Desde logo, o direito ao presente. Mas só isso não chega para resolver os nossos problemas de fundo.
Os acordos de governo abriram novas possibilidades, alargando o campo da política e da liberdade. Só posso desejar que se tornem mais sólidos, e que venham a ser capazes de construir um horizonte de estabilidade e de futuro para Portugal.
A política é sobre o futuro, nunca é apenas, nem só, sobre o presente.
A nossa geração tem a obrigação de deixar aos jovens uma organização do país que fortaleça, de uma vez por todas, os dois pilares do nosso desenvolvimento: o conhecimento e a economia.”
Conquistar esse futuro significa prepará-lo melhor “para a incerteza e para a imprevisibilidade, para os novos modos de vida e de trabalho, para as mudanças na economia e na tecnologia, na mobilidade e na comunicação.
De pouco nos servem as fórmulas do passado, mas se olharmos com atenção para as novas gerações - na relação com a vida, com o trabalho, com o ambiente, com o consumo, com a mobilidade ... - veremos os sinais que nos permitem preparar melhor o país e tirar partido de tantas vantagens que Portugal tem no mundo globalizado dos nossos dias.”
Pessoalmente tenho pena que o SNAP tenha tido o seu epílogo com esta cerimónia. Porque o Prof. Sampaio da Nóvoa é daquelas personalidades que fazem impreterível falta ao país. Daí que lamente não o ver mandatado para, num dos muitos cargos possíveis para o efeito, colaborar ativamente na criação desse futuro no presente.
Nostalgicamente só posso reconhecer que, lembrando a canção de Chico Buarque, foi bonita a festa enquanto ela durou!
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