No dia em que a imprensa internacional, mormente a francesa, reconhece a capacidade do governo português em conter a crise de saúde pública numa dimensão, que outros Estados não conseguem, e em que começa a ação de testagem dos doentes dos lares de norte a sul do país para os acautelarem preventivamente da propagação do vírus, os suspeitos do costume encontraram outras táticas para porem em causa o bom trabalho executado.
Governo de Salvação Nacional, exigem uns, particularmente representados pela equipa de jornalistas da RTP, cujo subdiretor quase obrigou Rui Rio a associar-se à proposta de José Miguel Júdice proclamada na SIC nos dias anteriores. O presidente do PSD tentou chutar para canto, mas a seleção das suas palavras tornaram-no falaciosamente paladino dessa solução, ambicionada por alguns setores das direitas como forma de associar-se oportunisticamente ao que as sondagens aferem ser um apoio inquestionável dos portugueses à gestão da crise. Igualmente da televisão estatal vem o ataque insidioso e continuado à diretora-geral da Saúde, drª Graça Freitas, não só através das perguntas diariamente feitas pelos «jornalistas» destacados para a ocasião, como também pelo tom geral das notícias em que há até um pivot a querer dar-se ares de importância mandando calá-la. Se da TVI e da CMTV podemos esperar o que só pode explicar-se por quem manda nas suas direções de (des)informação, a televisão pública continua a ser altifalante apostado em criar ruído contra o governo.
Que Rui Moreira esteja na primeira linha do combate contra uma notável personalidade, que se tem revelado incansável no bem sucedido combate à crise, não causa surpresa: sem tanto folclore quanto o protagonizado por Alberto João Jardim na Madeira, o autarca do Porto não abdica de um populismo regionalista, que consegue iludir quem nele vota, porque mantém recalcados complexos de inferioridade em relação à capital, mas nenhum contributo positivo dá ao interesse nacional. Já menos se compreende que a ele se associem autarcas socialistas da área metropolitana do Porto, nomeadamente o de Gaia, que parece sempre eivado do despeito de em tempos ter sido derrotado no seu entusiástico apoio a António José Seguro, não perdendo a oportunidade para dar caneladas no governo sempre que o ensejo se lhe proporciona.
E há também a imprensa escrita. Deixei definitivamente de comprar o Expresso, quando passou a ter por diretor um fanático antissocialista, que prometia, e tanto quanto sei, cumpriu, uma deriva do jornal ainda mais para a direita. Mas ainda me chega o Expresso Curto, newsletter diária com o resumo do que se publica na versão paga. Hoje quem a assina é Elisabete Miranda, que impressiona quanto ao afã como seleciona da realidade tudo o que apresenta como negativo e nada equilibra com o reconhecimento do que de muito positivo se anda a implementar. Esta edição deveria servir de exemplo nas escolas de jornalismo quanto ao que corresponde a uma flagrante violação dos deveres deontológicos da classe quanto à objetividade e isenção do que publicam. Porque raramente deparamos com um texto aparentemente serio, que mascara uma tão grosseira intenção de criticar só pela vontade de depreciar quem muito anda a esforçar-se para que os portugueses vençam esta crise.
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