Para quem com ele ganhou, que radioso terá sido aquele dia - captado pelas câmaras dos fotógrafos para ficarem registados enquanto documento para memória futura! - em que Carlos Costa apertou a mão a Donald Quintin selando o acordo pelo qual a Lone Star ficou dona dos despojos do BES. A imagem ainda captou o sorridente Sérgio Monteiro que, no governo de Passos Coelho, foi o protagonista-mor da venda dos restos do setor público a interesses estrangeiros a preço de pataco.
Agora, e para dar cumprimento a esses compromissos de que não foi responsável, o atual governo avançou com avultada transferência de dinheiros dos contribuintes para reequilibrar o Novo Banco e garantir aos seus gananciosos acionistas os lucros prometidos pelo governador do Banco de Portugal e pelo secretário de estado do governo da troika. E não há um sobressalto público, uma vaga de fundo indignada com a forma como se esbanjam os impostos pagos por quem trabalha e os pretenderiam melhor aplicados na Saúde, na Educação, na Cultura, na Investigação Científica ou, melhor ainda, na reconstrução de um setor público dinâmico e lucrativo, que aliviasse o peso fiscal dos rendimentos das famílias.
Mas como espicaçar a apatia dos eternos pagadores dos desvarios governativos se ainda há poucos dias a tão apoiada Banca decidiu perdoar avultada dívida ao Sporting? Ora, numa altura em que o clube de Alvalade é notícia pelos piores motivos com energúmenos a demonstrarem os efeitos da infiltração da extrema-direita nas claques, o presidente e sua exígua corte de indefetíveis a quererem conservar os bem remunerados cargos, o treinador a lamber os beiços com a antecipada expetativa de se ver principescamente indemnizado e os jogadores atraídos pelas transferências passíveis de mais os enriquecerem, é singular que os portugueses se deixem embalar pela telenovela profusamente emitida pelas diversas televisões e não pensem, sobretudo, no quanto estes sobressaltos lhe irão pesar na carteira.
Quem por estes dias andará particularmente satisfeito será Miguel Relvas por ter sido convidado a bem remunerado emprego por uma empresa norte-americana disposta a estender os seus negócios a Marrocos e à restante África. Ora alguém terá soprado aos seus responsáveis que, aqui neste canto ocidental da Europa, existia alguém na posse de agenda telefónica com os números de quem lhes pudesse servir de veículo de penetração em tais geografias. Da informação à contratação do «facilitador de negócios» terá decorrido breve instante... e melhor se confirmou o porquê de certos arrivistas militarem na política para melhor servirem as suas interesseiras ambições!
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