A distância a que estou de Portugal não me inibe de sentir viva indignação pelo que aí vai sucedendo e atinge a dimensão do desaforo mais escandaloso. Saber que Passos Coelho anda a cavalgar por cima da tragédia da semana passada invocando um possível suicídio, relacionado com a «falta de apoio psicológico» a um dos sobreviventes, só pode acrescentar desprezo a quem o já considerava uma repulsiva criatura. Sobretudo lembrando como nunca teve uma palavra, um sobressalto sequer, pelos inúmeros desesperados que desistiram de viver durante os quatro anos da sua repulsiva desgovernação.
Não sei se houve alguém que possa ter levado ao desespero ao extremo depois de perder quem lhe era muito querido ou se viu desapossado de bens que constituíam o objetivo de tudo quanto vivera. Se aconteceu as palavras de Passos Coelho são tão obscenas quanto a execrável reportagem de Judite de Sousa com um cadáver como décor.
Se, pelo contrário, não houve qualquer suicídio a lamentar e algum marketeiro laranja decidiu criar uma fake new ainda a sua conduta é mais condenável por já não encontrar argumentos na realidade e tê-los de inventar no mundo virtual, que lhe vai animando a tosca mente.
Como havia quem o sublinhasse no twitter, Pedrógão é grande, mas Passos revela-se muitíssimo pequeno.
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