Sempre que Passos Coelho discursa é inevitável pensar na contínua superação do que julgaríamos serem os limites da falta de pudor. Mas ele consegue-nos sempre surpreender e não é, obviamente, pela positiva.
O caso mais recente tem a ver com a nomeação de Diogo Lacerda Machado para a administração da TAP, que crismou com os mais indignados vitupérios. Logo ele que quis vender a empresa no derradeiro dia do seu desgoverno e sem qualquer legitimidade para o fazer! E que dizer da forma como assegurou a promoção de tantos amigos para cargos para os quais lhes faltava a competência ou conflituavam com os seus reconhecidos interesses?
Poderiam ser evocados tantos, e tantos, e tantos exemplos, mas fiquemo-nos por esta singela questão, que nenhum jornalista parece ter tido o interesse em lhe fazer: porque está em causa a indicação daquele socialista e nada diz sobre a de Miguel Frasquilho, seu conhecido amigo, cujos conhecimentos de aviação se limitam a ter voado alguns milhares de milhas à conta do erário público?
Anote-se, ademais, a sintonia do «Expresso» com a estratégia pêpêdista chamando para a primeira página a nomeação do «amigo do primeiro-ministro», mas silenciando a do ainda líder da oposição.
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