Faz sentido esperar que, à beira da extinção, muitas espécies poderão sobreviver nos jardins zoológicos? Poder-se-á aceitar a continuidade dos degradantes espetáculos com golfinhos e orcas, condenados a viverem em tanques demasiado exíguos para as necessidades genéticas de percorrerem muitas milhas marítimas todos os dias?
Cresce a contestação nos que têm em conta a esperança de vida mais reduzida em muitos desses animais mantidos em cativeiro, por muito que os seus carcereiros publicitem as condições «quase ideais» em que têm os hóspedes. Ou que constatam as perturbações neurológicas nesses seres atarantados, frequentemente a repetirem movimentos circulares e incapazes de entenderem os motivos para permanecerem encurralados, impedidos de viverem na liberdade exigida pelos genes.
Numa altura em que nem sequer se conseguem concretizar os tímidos objetivos dos Acordos de Paris quanto ao clima, ainda é mais utópica a pretensão de garantir extensas reservas naturais libertas de caçadores furtivos ou de organizadores de safaris, mesmo que fotográficos.
Estamos a perder tantas espécies, que enriqueciam e fundamentavam equilíbrios ancestrais da nossa biosfera e nada conseguimos fazer de eficaz para o evitar.
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