Quem não deve não teme! É essa a lógica seguida pelo governo de António Costa em relação a tudo quanto se passou em Pedrógão Grande na semana passada. Sem qualquer entrave a comissão independente, pretendida pelo PSD, fará o seu trabalho com acesso a todas as informações disponíveis e as ainda em processo de recolha e lavrará as suas conclusões.
Para quê, questiona-se? O PSD e os CDS tentarão extrair das conclusões uma linha ou uma frase a que se agarrem como cão a osso para exigir a demissão da ministra da Administração Interna. Sempre presos a sofismas, que depois falham, as direitas desistiram do Diabo, mas agarram-se à desesperada hipótese de conseguirem que, caindo um ministro, logo todos os outros tombarão, permitindo-lhe um bombardeamento mediático de falácias suficientemente bem sucedidas para infletirem a queda ininterrupta nas sondagens.
Terão alguma sorte em tal desígnio? Quase por certo não, a menos que fossem buscar ao «El Mundo» o «misterioso» Sebastião Pereira para liderar essa comissão independente. Mas, como nenhum especialista digno desse nome deseja associar-se a conclusões, que não sejam científicas, o mais certo é a inculpação do desordenamento do território com a responsabilidade a atravessar transversalmente todos os governos dos últimos trinta anos sem exceção, mas com particular incidência nos promotores da desertificação rural (nos mandatos de Cavaco Silva) e de liberalização da expansão do eucalipto (no de Passos Coelho e Assunção Cristas).
É por tudo isso que acredito na repetição do que já vem sendo demonstrado como evidência constante: as expetativas das direitas para porem em causa o governo socialista acabam atempadamente por estiolarem-se na sua insignificância.
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