Nas ilhas gregas mais próximas das costas turcas começa a detetar-se um fenómeno tão lastimável, quanto compreensível: ao sentirem fechadas as portas de um continente, que julgavam tratar-se de um paraíso, muitos dos que arriscaram as vidas nas perigosas travessias do Mediterrâneo começaram a repetir a provação em sentido contrário.
A impossibilidade de verem qualquer futuro em campos de refugiados sem condições mínimas para se sentirem tratados com dignidade, fá-los regressar ao seu país em guerra, cientes de nele não encontrarem inferno pior do que o conhecido nestes longos meses de desesperança.
Quem se pode congratular com esta mudança são os orbans e os kaczynskis contra quem Bruxelas nada fez para os forçar a mostrar um pouco de humanidade contra tais desvalidos.
Razão para um dirigente da Amnistia Internacional comentar que todos os obstáculos levantados contra os refugiados têm por único objetivo dissuadi-los de vir para a Europa: “Não é um plano escondido: está nas declarações de vários países. Há um desejo de dar a ideia de que a Europa não é um destino que recebe bem refugiados. E é uma grande vergonha para a Europa.”
Paolo Mara
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