Entramos enfim neste dia decisivo por que John Oliver vem suspirando há várias semanas: as eleições presidenciais norte-americanos trarão a pretendida decisão, que se espera venha a corresponder à vitória de Hilary Clinton. Mas não bastará esse resultado mais ou menos previsível para que algo de substancial mude nas terras do tio Sam, porque, sem pelo menos uma das câmaras (o Senado ou o Congresso) a ser ganha pelos democratas, a nova administração continuará a ser diariamente chantageada pelas bancadas republicanas, cada vez mais tóxicas nos valores defendidos.
Na próxima madrugada, quando passarmos horas a acompanhar os resultados, não teremos motivos para suspirar de alívio se não virmos Hilary acolitada de uma maioria, que a apoie no Capitólio.
Só então será possível começar a neutralizar o terreno minado, que a extrema-direita tem distribuído pelas redes sociais e pelos órgãos convencionais de comunicação social, que legitimaram a candidatura de Trump. Será necessário dar, sobretudo, resposta a esses milhões de desiludidos com os políticos de Washington acusados de não os terem defendido dos efeitos da globalização, que lhes levaram os empregos e lhes ofereceram apenas oportunidades alternativas precárias e pior remuneradas.
A América, que foi conhecida como terra dos sonhos e das oportunidades, tornou-se num pesadelo ou fez crescer angustias sem resposta em quem se deixou iludir pela demagogia alarve de um habilidoso oportunista.
Mesmo que consigam eleger Hilary e ganhar a maioria no Senado, os Democratas apenas estarão a adiar um tormento, que terá estado agora à beira de se cumprir. Se não começarem de imediato a preparar as próximas eleições intercalares à Câmara dos Representantes.
Robert Rauschenberg
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