sábado, 26 de novembro de 2016

O problema dos que não sabem do que sofrem

Visto a uns quantos milhares de quilómetros de Lisboa, o episódio sobre a “disfuncionalidade cognitiva temporária” de António Leitão Amaro parece  coisa de somenos importância, não se equiparando aos insultos amiúde provenientes das bancadas da oposição para atacar as posições do governo ou da maioria que o apoia.
Temos, pois, uma direita hipersensível, que não pode ouvir um reparo cuja evidência se põe a qualquer observador imparcial das sessões parlamentares. Dizer que o deputado laranja tem essa disfuncionalidade é tão normal, como referir a alguém que está constipado só porque se o vê com o dariz endupido. Como muitos dos que comentaram o caso nas redes sociais, Mourinho Félix até foi bastante benevolente para com os problemas de saúde de tal figurão, tão repetitivas têm sido as suas intervenções indiciadoras do seu persistente mal.
Mas sabemos bem que existem certas doenças cujos pacientes têm dificuldade em reconhecerem-se seus sofredores. É tudo uma questão de serem vigiados e ter preparado os colete de forças se os sintomas atingirem um estado furiosamente agudo. 
Francis Bacon

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