sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Prometo que não volto a falar do assunto


Foi mau demais que dois figurões tenham marcado encontro para um hotel lisboeta e o governo se prestasse a  servir-lhes de conivente anfitrião. Mas saber-se que deram uma conferência de imprensa apenas para os jornalistas, que traziam nas respetivas comitivas, vedando o acesso aos que, localmente, tinham sido destacados para reportar-lhes as declarações, só denota nenhum apreço para COM o povo a quem haviam imposto a sua indesejada presença e, porventura, a vontade de se eximirem a perguntas que pudessem revelar-se incómodas. É que nenhum dos profissionais da escrita que haviam convidado para a viagem a Lisboa teria a independência bastante para sair do mistificado guião no qual não poderiam caber as verdadeiras razões da deslocação e do que com ela pretenderiam alcançar.
Que no ministério de Augusto Santos Silva se tenha sentido algum incómodo com a arrogância americana e israelita, não basta para descartar o que se revelou mais problemático: haver quem olhe para a Portugal com a soberba de quem nele se pode comportar conforme ditam os tiques imperiais de um e a submissão cobarde do outro. 

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