segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Era uma vez a obsessão com o PIB


Há quem continue a perorar sobre a necessidade de se garantir maior crescimento económico - sobretudo nos partidos de direita onde ainda é mistificação com que se procura iludir os respetivos eleitorados - mas os tempos próximos tenderão a remetê-la para o caixote do lixo das coisas irrecicláveis. O PIB está definitivamente desvalorizado enquanto indicador a respeito do qual todos os outros se devem subordinar. Mormente pelas razões que fazem dos EUA um exemplo insofismável: apesar de apresentar um dos maiores PIBs mundiais por habitante, como se portam os outros indicadores como os referentes à pobreza, à saúde, à educação, à criminalidade ou à desigualdade? De que vale ter um elevado PIB/hab se uma grande percentagem dos que aí vivem competem com os dos países subdesenvolvidos na sua pobreza?
Joseph Stiglitz já o vem dizendo há muitos anos mas, apesar de galardoado com o Nobel da Economia, não tem sido levado em conta. Mas agora proclama-o em mais alta voz e vê a Islândia a dar-lhe razão: as bitolas para aferir o desenvolvimento de um país são outras e prescinde bem dessa obsessão com o crescimento, ademais incoerente com os requisitos impostos pela emergência climática. 

Sem comentários:

Enviar um comentário