Foi bem merecida a vitória do Partido Socialista nas eleições europeias. Quando Rui Rio afirma a disposição de aprender as lições desta derrota para que possa mudar a forma de fazer chegar a sua mensagem política aos eleitores esquece-se do óbvio: se Rangel optara pela odiosa estratégia de tudo maldizer do PS, de António Costa ou de Pedro Marques, fazendo-o atrelar-se a essa indecente maneira de fazer política, foi por lhe faltarem ideias concretas capazes de convencerem os portugueses de quão boas lhes seriam no futuro e, sobretudo, por não contar no curriculum, com quanto desse substância a tais possibilidades. Porque se António Costa e Pedro Marques estão ligados a um governo, que aumentou o salário mínimo e o volume de emprego, mantendo contas certas, e a algo de tão concreto como são os passes sociais, nenhum eleitor consegue divisar em Rio ou em Rangel o mínimo feito que tenha contribuído para lhes melhorar a qualidade de vida.
Adivinha-se, pois, difícil a tarefa com que Rui Rio se comprometeu no discurso de derrota. Até outubro não será fácil fazer-se encontrado com os argumentos, que lhe pudessem dar sucesso. Muito provavelmente o dispositivo de combate aos fogos florestais vai funcionar na perfeição durante o verão por muito que o incendiário Marta Soares faça todos os possíveis por o sabotar e ocorrerão fluxos contínuos de notícias como as desta semana, que dão a dívida portuguesa a juros historicamente baixos nos mercados, com as agências de notação a corresponderem com classificações mais elevadas.
Que pode Rio fazer senão tirar medidas no alfaiate para o fato a envergar no seu anunciado funeral político?
Aos socialistas cabe não se deixarem deslumbrar com este triunfo, prosseguindo com a boa governação e com a divulgação dos seus efeitos junto dos eleitores, sempre tendo em conta que os meios de desinformação detidos pelos seus inimigos políticos tudo farão para a denegrir. É que esses jornais, rádios e televisões tudo fazem para transformar os eleitores em frustrados consumidores, sempre a exigirem mais do que podem as finanças do país, quando importaria vê-los consolidados enquanto cidadãos conscientes dos desafios do futuro e como a eles se devem responder com responsabilidade dando sempre os passos à medida do que podem as pernas. É que o caminho faz-se andando e ainda muito haverá que palmilhar até chegar onde se almeja: a uma sociedade mais justa em que o homem deixe de ser o lobo do homem!
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