sábado, 18 de maio de 2019

As direitas nos seus labirintos


Durante uma semanas o script  das direitas e dos médias, com elas cumpliciados para desqualificarem o Partido Socialista, parecia insuperável: as televisões e os jornais escondiam grande parte das ações quotidianas de Pedro Marques, alegavam o quanto estava frouxa a pré-campanha do candidato, e serviam de altifalante a Rio e a Cristas, que glosavam ininterruptamente o tema para que a falsidade muitas vezes repetida conseguisse soar como verdadeira.
Não estando ainda contentes, essas mesmas direitas associaram-se ao BE e à CDU na questão dos professores, crendo assim ajuntar outro argumento forte à sua estratégia: o partido do governo estaria tão desacreditado, tão desprezado pelos eleitores que, além de frouxa, a campanha mostrava o quanto ele se isolara até dos parceiros parlamentares com que assentara a governação dos últimos três anos e meio.
A esperteza saiu-lhes cara: não só a pressa em arranjarem argumentos, que escamoteassem o verdadeiramente importante - terem ou não uma Visão para a Europa, associada à que propusessem ou não para o país! - que sentiram o tapete sair-lhes subitamente debaixo dos pés.
Doravante não era possível retomarem a farsa anterior, porque as televisões não poderiam evitar uma demonstração eloquente de como as arruadas, os almoços e jantares-comícios com Pedro Marques têm a participação de muitos milhares de militantes e simpatizantes socialistas, em contraponto com as ações envergonhadas, que Paulo Rangel e Nuno Melo vão tendo aqui e acolá, sendo difícil aos operadores de câmaras, destacados para elas iludirem, o quanto se restringem a poucas dezenas de participantes.
Não se estranha que, em desespero de causa, o PSD convoque Pedro Passos Coelho e Manuela Ferreira Leite para arrastarem atrás de si mais alguns prosélitos. Ou que o Paulinho das feiras, dispa momentaneamente a farda de lobista, para puxar por mais alguns votos em prol do afilhado do mal afamado cónego bracarense.
As sondagens confirmam a imparável dinâmica de vitória do Partido Socialista. Por seu lado a maioria parlamentar de esquerda distancia-se dos que se acoitam nas direitas. E, como candeia que vai à frente alumia sempre duas vezes, torna-se provável o efeito de alavancagem da previsível vitória de 26 de maio nas eleições subsequentes: as regionais da Madeira e as legislativas de outubro.
Há, porém, que não travar no esforço de concretizar esses objetivos. Como cantava uma notável chilena, temos de ser imprescindíveis, lutando todos os dias. Mesmo que, pessoalmente, uma breve cirurgia me obrigue a meter baixa por dois ou três dias. Mas em 22 de maio lá estaremos em Setúbal para fazer do jantar-comício no Edifício do Cais 3 da APPS uma grande demonstração de como a suposta frouxidão, de que acusavam a campanha, se transformou numa pujante afirmação daqueles que, como lembrou António Costa esta semana, são os que fazem, enquanto nas direitas apenas se fala, se fala, se fala sem nada concretizarem.

Sem comentários:

Enviar um comentário