sexta-feira, 31 de maio de 2019

Esses visitantes, que nada nos trazem de relevante


As Conferências do Estoril, que foram «abrilhantadas» por Sérgio Moro, também trouxeram até nós o jornalista norte-americano Fareed Zakaria. Razão para que o «Público» lhe desse honras de primeira-página como se Maomé tivesse vindo à montanha.
A expressão justifica-se, porque é utilizada pelo próprio para comentar o período Obama na governação dos EUA, entendendo-o como se tivesse deixado os seguidores a meio do caminho e justificado uma reação tão forte dos opositores em sentido contrário. No mais Teresa de Sousa, a entrevistadora, parece babar-se perante a «sabedoria» do visitante, embora nada acrescente às habituais banalidades, que lhe costumamos ouvir no programa GPS, que a RTP3 transmite aos domingos: lamenta a ascensão das «democracias iliberais» (como se merecessem a manutenção do primeiro dos termos na sua qualificação) e a contradição entre um mundo aberto, multicultural e virado para a conjugação das sinergias globais, e aquele que Trump, os brexiteers e os Salvinis prometem, de retraimento em função de preconceitos xenófobos.
O essencial cinge-se à maior das falácias: também ele vem com a balela de já não se distinguirem as direitas das esquerdas quando, são evidentes as linhas de clivagem entre quem quer mais justiça e igualdade dos que pugnam pelos interesses específicos dos plutocratas ou dos ilusórios nacionalismos, que só a esses aproveita. Nesta fase histórica em que as contradições de classes se agudizam dá muito jeito aos senhores dos Bildebergs, que por aí pululam, haver quem as tente negar!

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