Há muitos anos, que as direitas perderam qualquer réstia da qualidade intelectual demonstrada em tempos idos, quando contava a seu favor, alguns mestres de pensamento - Raymond Aron, Albert Camus - de dimensão quase tão significativa quanto a dos oponentes do polo contrário. Se perguntarmos a alguém da direita em que fundamenta a pertinência do seu pensamento, vê-lo-emos atrapalhar-se com umas quantas razões contraditórias, em que importam, sobretudo, os ataques pessoais a quem tenha tomado como alvos dos ódios de estimação, porque outros argumentos não consegue elencar.
Essa constatação está bem evidenciada nestas eleições europeias em que Paulo Rangel voou por cima das áreas destruídas há dois anos, acompanhado de um manifesto incendiário de então - Xavier Viegas -, procurando cavalgar uma tragédia, que tem de ser assacada à incúria de décadas, não a quem teve de minimizar-lhe os efeitos e pagar-lhe os prejuízos. Por seu lado Nuno Melo julga colher ainda algum retorno do caso Sócrates, como se não fosse assunto mais do que requentado e do qual ainda poderá advir judicialmente uma dolorosa surpresa para quem insiste em apontar-lhe crimes, cuja prova continua por fazer.
Pedro Marques, pelo contrário, tem um património de concretizações do governo a que pertenceu, e um pensamento muito estruturado sobre que tipo de Europa nos poderá satisfazer. Pegando na célebre máxima de Mário de Carvalho, comparar o candidato socialista com os cabeças de fila das direitas, equivaleria a confundir o género humano, a que pertence, com os ineptos Manuéis Germanos, que só em aparência se lhe assemelham.
No dia 26 de maio não há margem para enganos: entre as direitas, sem qualquer visão para o futuro dos portugueses, e Pedro Marques, a escolha só pode incidir no candidato socialista.
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