quinta-feira, 16 de maio de 2019

As diferenças entre a realidade e o que no-la querem vender


Os media voltaram ao que nos acostumaram: se durante uns dias não puderam escamotear a tremenda barraca dada pelos seus partidos de estimação no tocante aos professores, ei-los a mentirem, a enviesarem as notícias, para prejudicarem tanto quanto possível o Partido Socialista.
Ontem estiveram em questão as aeronaves ainda em falta no dispositivo preparado para o combate a incêndios. Nos telejornais as notícias de abertura tinham a ver com essa questão, embora não se dissesse que, comparativamente com o período homólogo do ano transato, as autoridades incumbidas da proteção civil já disponham de mais de 50% das então existentes. Eram treze em 2018, são 20 nesta data de 2019. Ademais, as que faltam, só dependem de quem nada tem a ver com o governo: o Tribunal de Contas, sempre muito lento a validar os contratos públicos submetidos à sua apreciação, e as empresas derrotadas nos concursos já concretizados, e decididas a impugná-los.
Em suma: responsabilidade do governo nesse propalado atraso no calendário é quase nula. Mas não houve quem desse relevância a existirem nesta altura mais 7500 operacionais no terreno do que há um ano, que serão mais 11500 quando chegarmos a 1 de julho. Ou quem reconhecesse nunca terem havido tantos meios preparados para contrariarem os incendiários como sucede este ano.
Conclui-se, pois, que o universo em que as direitas julgam viver, é muito diferente do existente.  Na psiquiatria essa ilusão de uma outra realidade, que não a assente nos factos e na percecionada pela maioria dos mortais, tem um nome, a bem ver até vários nomes. E é para eles que remetem os fácies de Rangel ou de Rio, de Cristas ou de Melo, quando aparecem nos écrãs televisivos.

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