terça-feira, 5 de junho de 2018

O Partido Socialista a trabalhar ativamente para um futuro próspero e esperançoso


Em setembro o Partido Socialista Francês irá abandonar a sede histórica na Rue Solférino, em Paris, que adquirira depois da histórica vitória de François Mitterrand em 1981. A venda do edifício, em fevereiro, fora a consequência lógica do desastre eleitoral nas presidenciais e nas legislativas do ano passado, quando os resultados o levaram à irrelevância parlamentar e à falência económica, consequência de uma viragem à direita lançada por quem nele entrara para o destruir por dentro, logo saindo quando deu o trabalho por completado. Manuel Valls terá, porém, recebido paga irrisória para o quanto fez para que a direita francesa se livrasse do partido político, que a poderia incomodar: tão-só despojada a máscara com que se disfarçara no governo, Emmanuel Macron partiu para a aplicação do programa político de inspiração tatcheriana, que se propôs implementar não cooptando para as suas hostes aquele que lhe franqueara as portas do poder.
O que sucedeu com essa sede histórica também poderia estar a suceder por esta altura com o Palácio da Praia, que o Partido Socialista ocupa no Largo do Rato. Se António Costa não tivesse conquistado a sua liderança há quase quatro anos, incumbindo desde logo Luís Patrão de lhe recuperar as finanças à beira do absoluto descalabro, a situação não seria muito diferente. A derrota eleitoral de 2011 depauperara uma situação, que já anteriormente estava a agravar-se, e que a vitória nas europeias de maio de 2014 não mitigara.
O trabalho de recuperação financeira tem sido excelente levando o Partido a apresentar saldos positivos em dois anos consecutivos e a reduzir a dívida para valor mais comportável. Embora com consequências indesejáveis - a redução significativa do número de sedes locais, outrora focos imprescindíveis de mobilização de militantes e simpatizantes! - a redução de custos está a preparar o Partido para responder com outra resiliência aos obstáculos futuros. Daí que o próprio Congresso da semana transata, ocorrido na Batalha, tenha custado um terço do anterior numa demonstração inequívoca de como importa ser bem mais judicioso na utilização dos recursos disponíveis.
A acontecerem grandes vitórias eleitorais no próximo ano, o PS poderá reequilibrar mais rapidamente a sua situação financeira, livrando-se das agruras dos seus parceiros franceses e, sobretudo, das que vive Rui Rio a contas com a calamitosa situação, que Passos Coelho lhe legou.
A gestão criteriosa das receitas disponíveis e a criação de condições para que elas cresçam - porque diretamente correlacionadas com o número de militantes com as quotas em dia e com as votações conseguidas em atos eleitorais - razão acrescida para que se governe bem, de acordo com as aspirações dos cidadãos! - serão a melhor garantia de longa vida para o Partido em melhores condições de conduzir o país a um futuro mais próspero e esperançoso.

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