segunda-feira, 25 de junho de 2018

Para que a infâmia conheça urgente termo


A notícia sobre a decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a propósito de Paulo Pedroso  já tem uns dias, aqui a abordámos por duas vezes, mas merece ser reiteradamente considerada, porque as causas que lhe presidiram - a iniquidade da (In)Justiça quando se trata de inculpar políticos conotados com o Partido Socialista e o vergonhoso jornalismo de sarjeta, que lhe serve de altifalante e consuma inculpações negando qualquer direito à presunção de inocência - continuam a existir e a não serem resolvidas com a vacina adequada.
Daniel Oliveira retoma o assunto num artigo publicado na edição diária do «Expresso» em que a considera uma acusação de facto à justiça portuguesa por prender sem indícios e sem que os arguidos saibam do que são acusados.
Academicamente o autor do texto esperaria que os jornalistas então mobilizados para disseminarem a mentira pedissem desculpa por terem destruído a vida de um homem e da sua família e que os procuradores e os juízes viessem dar explicações sobre tal arbitrariedade. Seria, porém, algo de impensável para quem mostrou ter da ética uma noção muito distorcida. A infãmia de tais intervenientes não tem espaço para qualquer remissão. São crápulas e não se eximem de o continuar a ser.
Conclui Daniel Oliveira: “Um dia estudaremos o caso Casa Pia com a distância da história. Ele servirá para retratar todos os entorses do nosso sistema judicial e a perversidade do jornalismo que dirige julgamentos sumários e executa ele mesmo a pena cívica. (...) Havemos de olhar para este caso como um dos mais abjetos exemplos do pior da justiça casado com o pior do jornalismo. Que se resume em duas palavras: irresponsável e arbitrário.”
Que não deixemos este caso no esquecimento, porque ele tem muito a ver com a decência, que devemos exigir para quem age na política, na justiça e no jornalismo. Ora o padrão de comportamento de muitos dos seus atores está muito abaixo do que lhes deveríamos reivindicar.

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